domingo, 31 de março de 2013

Edu. Digital#9



P.S: Encontrei uma reportagem muito interessante sobre as novas tecnologias móveis para o ensino. Espero que gostem!


Unesco estimula tecnologia móvel na escola


Não é novidade que as tecnologias móveis, baseadas principalmente em equipamentos como tablets e smartphones, estão em grande ascensão. Mas, há pouco tempo, usá-las em sala de aula era algo completamente proibido. Afinal, é comum que escolas barrem o uso desses aparelhos por seus alunos.

A Unesco, porém, divulgou um documento que promete revolucionar a concepção do uso de aparelhos móveis para a educação. O Guia de Políticas para Aprendizado Móvel, lançado em fevereiro durante a Mobile Learning Week, em Paris, traz benefícios e políticas a serem implementadas pelos governos na área de tecnologias móveis leia abaixo e ao lado pontos importantes do documento).

Um dos principais pontos trazidos pelo guia é a necessidade de expandir os limites da escola e utilizar os aparelhos em diversos lugares. Para a pedagoga e coordenadora do grupo de pesquisa Comunidades Virtuais, do Departamento de Educação da Uneb, Lynn Alves, essa é uma realidade que não está prevista na maioria dos projetos públicos.

“Como a gente vai utilizar todas essas tecnologias e todas as possibilidades se a gente não pode sair da escola com elas? Porque o aparelho é um patrimônio público e existe todo o problema de roubarem. Essa concepção limita bastante as potencialidades”, lamenta. Ainda assim, Lynn considera importante a iniciativa da Unesco de repensar a educação em um contexto da tecnologia móvel. 

“Acho importante um organismo como a Unesco apontar e fazer uma leitura da presença dessas tecnologias. Quando a organização se propõe a fazer uma análise mais detalhada, apontando questões pedagógicas importantes, merece muito crédito. A gente precisa de reflexões desse tipo”, afirmou.

Programas Em Salvador, alguns projetos já têm pretensões em termos de tecnologia e mobilidade. É o caso do Programa Tecnologias Móveis, realizado pela Secretaria Municipal de Educação (Smed).

Implantado no ano passado, o programa distribuiu 400 tablets em 12 escolas, atendendo a alunos do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos. Segundo a coordenadora do núcleo de tecnologia educacional da Smed, Ezileide Santana, o objetivo do projeto é criar uma cultura de tecnologia nos alunos e professores. Este ano, terá início em abril.

“Entendemos que se o professor compreende a lógica, vai conseguir utilizar outros dispositivos como celular, câmera fotográfica. Com os tablets nós temos criado estratégias para desenvolver narrativas transmidiáticas e os alunos constroem vídeos, textos e programas de rádio”, afirmou.

Os estudantes, porém, não podem levar os aparelhos para casa, o que acaba por restringir o uso. Ainda assim, Ezileide considera que o projeto tem trazido diversos benefícios. “Ainda não temos como mensurar se o equipamento melhorou o processo de aprendizado. O que percebemos foi a diminuição da evasão e procura maior pela escola. Os alunos estão mais interessados, faltam menos”, afirmou.

Acessibilidade

O projeto também funciona nas classes hospitalares e domiciliares, lecionadas para crianças que não podem frequentar a escola regular por motivos de saúde. “Temos alunos que não têm condições de se levantar dos seus leitos, se locomover, de participar de atividades em grupo. As tecnologias móveis são mais um recurso para essas crianças”, disse a coordenadora do projeto, Tainã Rodrigues.

Outro ponto é a capacidade de relação, permitida pelas redes sociais. “Eles conseguem se relacionar com outros alunos e têm condições de conhecer uma realidade que o estado de saúde não permite”, afirmou.

Tecnologia oferece vantagens como:
  • Expandir o alcance e equidade da educação: Os aparelhos são uma opção para locais em que computadores e livros são escassos
  • Facilitar o aprendizado personalizado: Aplicativos se adequam às peculiaridades dos alunos, permitindo que cada um evolua no seu próprio ritmo
  • Oferecer feedback imediato: Permitem que o estudante saiba imediatamente onde errou, ao invés de esperar a correção do professor
  • Proporcionar maior portabilidade: Permitem que um aluno faça seus exercícios enquanto espera um ônibus, por exemplo
  • Formar comunidade de aprendizes: Através de redes sociais, estudantes podem trocar aprendizado
  • Tornar mais produtivo o tempo em sala: Sobra tempo para que a aula seja utilizada para discutir ideias ou realizar atividades práticas
  • Dar suporte ao aprendizado in loco: Permitem acessar aplicativos e conteúdos sobre o local que estão vendo ou visitando
  • Melhorar a aprendizagem contínua: O armazenamento de arquivos em nuvem facilita projetos colaborativos e permite o acesso aos arquivos em qualquer lugar
  • Unir aprendizado formal e informal: Possibilita a relação entre o aprendizado do cotidiano e da sala de aula
  • Diminuir a evasão e a descontinuidade em áreas de conflitos e desastres: Os aparelhos móveis são mais fáceis de conectar e consertar
  • Auxiliar alunos com deficiência: Permite todo tipo de adaptação para possibilitar o aprendizado
  • Melhorar a administração e a comunicação: São mais rápidos e confiáveis, facilitando a gestão escolar
  • Oferecer melhor custo x benefício: Os equipamentos móveis oferecem muitos recursos e estão cada dia mais baratos
  • Criar ou atualizar políticas ligadas ao aprendizado móvel: Poucos projetos visam a real mobilidade dos aparelhos. Para explorá-los, é preciso ultrapassar as barreiras físicas da sala de aula;
  • Treinar professores para trabalhar com os aparelhos: É preciso formar os professores e capacitá-los para melhor aproveitar as potencialidades pedagógicas das tecnologias móveis;
  • Possibilitar o uso dos equipamentos pelos professores: O trabalho do professor não se resume à sala. Ele deve utilizar os aparelhos para preparar aulas, estudar, se organizar e desenvolver práticas;
  • Criar e otimizar conteúdos próprios: Boa parte do conteúdo digital usado na educação é construída para equipamentos fixos. É preciso adaptar e desenvolver plataformas para os móveis;
  • Garantir a igualdade de gêneros: Nos países menos desenvolvidos, estima-se que, entre os usuários de tecnologias móveis, os homens superem as mulheres em 300 milhões;
  • Expandir e melhorar opções de conexão: A maioria das atividades envolvendo os aparelhos móveis exige conexões de qualidade. Os governos devem trabalhar para garantir um serviço de qualidade;
  • Desenvolver estratégias para a igualdade de acesso: É preciso garantir que os alunos sem condições de comprar seus próprios aparelhos recebam auxílio ou doações vindas do poder público;
  • Promover o uso seguro da tecnologia: Além de levar tablets e smartphones às escolas, é preciso ensinar os alunos a utilizar os equipamentos de maneira segura e responsável;
  • Usar tecnologiapara melhorar a comunicação e a gestão educacional: Pesquisas indicam que é possível utilizar os equipamentos para melhorar a gestão das escolas;
  • Conscientizar sobre a importância: É preciso criar a consciência de que mais do que fontes de entretenimento, os aparelhos são instrumentos importantes no trabalho pedagógico.
Fonte: Jornal A Tarde e Site Educação a Tarde

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